O cardeal-patriarca de Lisboa apresentou ontem em Lisboa o novo volume da obra de Bento XVI sobre «Jesus de Nazaré», afirmando que o mesmo apresenta uma “figura apaixonante”.

“O livro cativou-me, é uma palavra do nosso Papa, quero apenas aceitar o convite que nos faz de acompanhar Jesus, na celebração da Páscoa, aproximar-me, guiado pelo Papa, dessa figura apaixonante de Jesus Cristo”, afirmou o prelado em declarações reunidas pela agência Ecclesia.

Falando na igreja do Sagrado Coração de Jesus, na apresentação da obra «Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição», O Cardeal disse que este livro sustenta a “convicção de que só na Igreja se encontra o Jesus real”.

“Os capítulos finais sobre a ressurreição, a ascensão e a vinda gloriosa do ressuscitado, são decisivos para o objetivo que o autor se propôs: levar os cristãos a reconhecerem e a encontrarem-se com o Cristo real, o Cristo histórico, o Cristo da nossa fé e da nossa esperança”, indicou.

Segundo assinala a nota veiculada pela agência Ecclesia do episcopado português o Cardeal Policarpo considera que, Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, “faz questão em recordar, várias vezes, que o cristianismo não é, apenas, uma nova moral, mas é uma vida nova, que toca no ser ontológico do homem e o introduz na vida autêntica e definitiva”.

“Uma obra, como esta, significa o apogeu da teologia e da sua importância na vida da Igreja e na caminhada da fé de cada crente”, prosseguiu o purpurado.

Segundo o cardeal José Policarpo, a obra ajuda a “repensar a hermenêutica bíblica, ou seja, o método e a arte para ler e interpretar a Sagrada Escritura”.

Citando vários excertos do livro, este responsável assinalou que “na sua ressurreição, o Homem Jesus, que é Filho de Deus, não vai para nenhum lugar, mas para Deus, que não ocupa espaços”.

Na apresentação, o cardeal-patriarca destacou que a “unidade entre os dois Testamentos leva o autor a apontar a dignidade de Israel, o Povo do Antigo Testamento”.

Bento XVI, acrescentou, “quer mitigar a idéia da condenação de Israel”: “Já na subida para Jerusalém, a multidão que acompanha Jesus são peregrinos que se juntam a Ele, que fazem a sua aclamação messiânica e não se confundem com a população da cidade”.

“Esta não se confunde com a multidão que prefere Barrabás e pede a condenação de Jesus”, acrescentou.

Ao longo da obra, referiu o cardeal lisboeta, o leitor mergulha na “densidade dramática, vivida por Jesus, ao assumir na sua experiência o drama do mal e do pecado, para pôr o homem, apesar disso, no caminho de Deus”.

“É impressionante, neste livro, a amplitude da Eucaristia, que é mais do que um rito, mas é expressão do «novo culto», dos que podem, em Cristo, adorar a Deus em espírito e verdade”, disse ainda.

A segunda parte de «Jesus de Nazaré», explica a nota de Ecclesia, surge quatro anos depois do primeiro volume, dedicado à vida de Cristo (desde o Batismo à Transfiguração); uma terceira parte está a ser escrita por Bento XVI, que vai abordar os chamados «Evangelhos da infância».

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